Um novo paradigma da aprendizagem é necessário para termos maior nível de compreensão das pessoas e dos sistemas e suas interrelações com a nossa sociedade.
Wil Ferreira
Se você tem buscado novas respostas para problemas antigos, se tem aprendido outras maneiras de se desenvolver, de cultivar princípios e valores, de ser criativo e inovador; se sente que os antigos métodos e abordagens parecem não funcionar; se entende que importa mais cocriar e colaborar que concorrer e competir; então, você não está só! Você faz parte de um movimento de inconformados com o status quo da aprendizagem, em todas as esferas e em todos os níveis.
Indivíduos, empresas e comunidades por todo o globo estão mudando radicalmente seu modo de aprender, perceber e absorver a tempestade de dados, informações e conhecimentos disponíveis. Para alguns, esta transformação é tão importante quanto muitas outras que ocorreram ao longo da história; e ela é o que pode nos levar a um novo paradigma na aprendizagem. Mas, afinal, por que é necessário um novo paradigma? O que é preciso para que ele de fato aconteça e nos eleve a um novo nível de compreensão das pessoas, dos organismos empresariais e acadêmicos, dos sistemas e suas interrelações com a nossa sociedade?
Há uma parábola bíblica muito conhecida relatada em três dos quatro evangelhos (Mateus 9:14-17, Marcos 2:18-22 e Lucas 5:33-39) em que Cristo diz: “não se põe vinho novo em odres velhos “ e “não se remenda tecido velho com tecido novo”. A despeito das possíveis interpretações teológicas, um axioma se torna evidente: o velho precisa ceder lugar ao novo. Ainda que práticas, conceitos e ideias tenham atendido com sucesso a demandas de aprendizagem de uma época, dificilmente serão capazes de resolver as questões de outra. Aliás, tratar as realidades atuais com o mesmo modelo mental industrial que imperou no século passado é um erro grave. E isto não se aplica somente à aprendizagem, mas aos negócios e à vida.
O século XX foi pautado pelo paradigma mecanicista em que o funcionamento dos sistemas era visto como uma engrenagem. Este modelo funcionou bem e levou sucesso às instituições que se estabeleceram por ele. Mas hoje, não funciona. As empresas não podem mais ser vistas como organizações, mas como organismos vivos, cuja dinâmica não se restringe ao funcionamento de suas peças, mas a um movimento de criação e entropia constantes. O mesmo se aplica ao aprendizado. Ainda hoje, o modelo predominante é cartesiano, passivo e verticalizado, focado em conceitos e refém da figura de um “mestre” e precisa ser substituído urgentemente por uma proposta ativa, cocriadora e colaborativa.
As conexões globais, especialmente as facilitadas pela internet, têm nos proporcionado um espantoso acesso ao conhecimento. As fontes são inesgotáveis e muito variadas, de centros de ensino seculares a disruptivos modelos como o Khan Academy. E mesmo assim nosso nível de aprendizado é baixo. Aqui está o paradoxo. Isto porque temos muito acesso à informação, mas nos falta senso crítico para selecionar o que é realmente importante e transformá-lo em conhecimento de valor. E este caminho quem de fato nos proporciona é a aprendizagem, um processo que dá ao indivíduo toda a liberdade para que se questione, erre, critique e proponha sem julgamentos e sem preconceitos. Mas como tornar isso presente em nossa vida e nossos negócios e de modo prático, duradouro e sustentável? É preciso um novo paradigma da aprendizagem.
Essa busca por um novo paradigma é o que nos impulsionou, em meados de junho de 2014, a desenhar uma nova proposta de valor, atual e que se encaixava perfeitamente às expectativas de crescimento e desenvolvimento de pessoas e organismos empresariais no século XXI. Daí surgiu a aprendizagem visual: um modelo que reune elementos do Design Thinking, Serious Play, Gamitification, Storytelling, Pensamento Visual, Construtivismo, dentre outras abordagens. Como é possível? Elas se complementam com algumas premissas que podem ser aplicadas imediatamente, qualquer que seja o seu propósito. Aqui vão algumas:
Está na hora de nos despedirmos dos velhos conceitos e das velhas ideias que, embora nos serviram razoavelmente bem, já não nos atendem mais. É preciso coragem para romper com os paradigmas que impedem pessoas e empresas de evoluírem em seus propósitos. E embora isto seja um desafio monumental, não precisamos encará-lo como uma luta, mas como uma aventura disruptiva; uma jornada de aprendizagem capaz de nos elevar a um nível exponencial de colaboração, cocriação e desenvolvimento. Aqui, nos cabe decidir se iremos ou não deixar a velha aprendizagem descansar em paz para dar lugar à nova sabedoria.
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